domingo, outubro 04, 2009

e no massacre da Guiné

Musa Camara

 
Exército da Guiné é acusado de esconder corpos do massacre

Nesta quinta, o presidente da OGDH, Thierno Maadjou Sow, afirmou à AFP que sua organização foi contatada pelas famílias a propósito do sepultamento de corpos durante a madrugada. "Esperamos encontrar estes lugares para que os médicos possam desenterrar os cadáveres", afirmou.

As autoridades desmentiram as acusações e abriram o necrotério de um hospital de Conakry à imprensa.

A pedido da imprensa, a diretora do hospital CHU, Ignace Deem, levou os jornalistas para visitar um ferido de 17 anos que foi transferido inconsciente do estádio para o hospital.O paciente contou que estava na manifestação quando os militares o agrediram nas costas e na cabeça.

O capitão Dadis Camara se defendeu do ocorrido no estádio, dizendo que o exército deve ser obrigatoriamente reformado.Ele afirmou também que, se houve carnificina, foi antes de mais nada culpa dos líderes da oposição por terem levado os jovens da periferia às ruas.

Dezenas de milhares de manifestantes que se reuniram segunda-feira no maior estádio de Conakry para denunciar a "usurpação do poder pelos militares" e a possível candidatura para as eleições presidenciais do chefe da junta, Musa Dadis Camara.

Um dos responsáveis da oposição na Guiné, Cellou Dalein Diallo, que levou na segunda-feira uma surra dos militares, deixou nesta quinta-feira Conakry rumo a Dakar a bordo de um avião presidencial senegalês. Segundo seus próximos, ele deve ir em seguida para a França.AFP

Abidjan,  - Uma coligação de organizações de defesa e promoção dos direitos humanos na Cote d'Ivoire condenou, quinta-feira, os "actos de barbárie inqualificáveis" perpetrados segunda-feira passada contra mulheres na Guiné-Conakry.
A Organização não Governamental (NGO) repudiou igualmente as "matanças maciças que não honram África" ocorridas em Conakry durante a repressão duma manifestação popular contra a candidatura do chefe da Junta no poder, Moussa Dadis Camara, as eleições presidenciais.
Na sua declaração lida por Marguerite Yoli Bi do WANEP-CI, as associações femininas denunciaram o "mutismo curioso" dos chefes de estado africanos face à tragédia que vive o povo guineense.
Além disso, elas pedem a constituição duma comissão de inquérito sob a égide da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da União Africana e das Nações Unidas para situar as responsabilidades e sancionar os autores.
Finalmente, elas exortam a sociedade civil africana a mobilizar-se para a organização de eleições democráticas na Guiné-Conakry "nas quais nenhum membro da Junta deverá participar".